Jornalistas em Olivença... a passear
Passeio de Jornalistas - «Na outra margem do Guadiana»
O Passeio de Jornalistas regressa à estrada de 9 a 11 de Julho, desta feita com um pulo de fronteira, «Na outra margem do Guadiana?». Olivença vai ser motivo para reencontros, sonoridades de fala e de música que nos são familiares. Cruzando rostos e sentimentos, sondando projectos comuns, passeando memórias e sonhos.
E saber de marcas portuguesas mais fluidas (bem menos persistentes e mais ameaçadas), de «património imaterial», da música à língua das gentes...
Se não soubéssemos o estado a que chegou o que resta do Castelo de Juromenha (do lado de cá do Guadiana), calcorreando o «casco viejo» de Olivença (desculpem, não conhecemos expressão portuguesa que possa aqui ser aplicada, «centro histórico» não tem a mesma abrangência e sentido…), quase nos convenceríamos ser fácil recuperar e conservar património construído. Porque, bem mais difícil, é manter tudo o que tem a ver com as relações diárias e os hábitos de contacto e de comunicação. Por aquelas bandas isso é bem evidente e lamentado por muitos oliventinos.
Mas é destas e outras descobertas que se vai fazer o fim-de-semana. Com incursões a Táliga, onde a memória do português já se perdeu, ou a Vila Real, onde ela permanece nos hábitos dos mais velhos - aos mais novos resta a escola... onde é ensinado como primeira língua estrangeira.
E vai haver tempo para passear, ver e conversar. E serão necessárias energias suplementares... porque em Olivença a noite não perdoa. Até o antigo Quartel português (bem recuperado e adaptado), e que durante o dia acolhe gestos e diálogos dos mais velhos, à noite transforma-se em bar para fruição dos mais novos. Mas, espaços desses é o que não falta por lá.
Monotonia é coisa com que os profissionais de comunicação não terão de se preocupar nesta surtida à margem de lá do Guadiana. Numa Olivença que quer reforçar laços culturais e reatar vivências comuns como modo de afirmar a sua diferença e a sua identidade cultural.Entretanto, ficam entradas para dois vídeos («Pescador da barquinha» e «Fado corridinho») com músicas Oliventinas, sons com significado e sentimento. Pena que, do lado de cá do Guadiana, mereçam tão pouca atenção de quem teria obrigação de estar atento a estas coisas: nunca os vimos em televisão e, não fora o Festival «Músicas do Mundo» de Sines, nunca os teríamos visto os ACETRE por cá. É pena! É lamentável!.
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