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ALÉM GUADIANA

Associação Além Guadiana (língua e cultura portuguesas em Olivença): Antigo Terreiro de Santo António, 13. E-06100 OLIVENÇA (Badajoz) / alemguadiana@hotmail.com / alemguadiana.com

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Quadras oliventinas (II)

AG, 15.08.10

Mais quadras. As primeiras, recolhidas por Carlos Luna  :

 

As mocinhas lá em São Bento,
todo o seu traje é um:
sapatos de cinco bicos,
e as meias da cor do cu.

(ouvida em São Jorge da Lor, 1991, a Eduardo Godinho)

Toda a mulher que é bonita
não devia de nascer.
É como a pêra madura,
todos a querem comer!

(ouvida em São Jorge, 1992, a Severiano Nunes)
__________________________________________________________

 

 

OUVIDAS POR HERNÂNI CIDADE, NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960, EM OLIVENÇA:

Brinca, menina, brinca,
não tires os sapatinhos,
que a água está gelada
e espantas os borreguinhos.

As flores do meu canteiro
dizem-me todos os dias
as conversas que tu tens
sem esquecer as picardias.

Cheguei agora da horta
com um braçado de flores,
Deus bem sabe que eu vinha
pensando nos meus amores.

Falei contigo uma noite
e não sei como te via,
os teus olhos tinham luz
e a noite parecia dia.

Vesti ontem saia nova,
fui logo fazer promessa.
O padre ralhou comigo
gritando: «Não tenha pressa»!

Sonhei contigo uma noite,
pensando que me querias.
Despertei toda assustada
sem saber o que dizias.

Sou leiteira, vendo leite,
também vendo requeijão.
Falarei ao meu amor
Quando tenha ocasião.

O amor enquanto é novo
ama com todo o cuidado.
Depois que vai para velho,
mostra papel de enfadado.
[Cantado pelos Acetre em espanhol.]

Vamos cantar os Reis
à porta do lavrador,
que tem a mulher bonita
e a filha que é uma flor.

Ao poço da tua rua
fui ontem beber água.
Tinha secado de noite
com pena da minha mágoa.

Vi-te à janela uma noite
chorando penas, aflita.
A Lua batia no rosto
mostrando a tua desdita.

Meu coração chora sempre
as lágrimas de uma santa;
são queixumes portugueses
que se ouvem na barranca.

[Nota de Carlos Luna: "barranca", nome de una antiga rua ou praça de Olivença que já não existe.]

Canta alegre o coração,
canta bem a despedida;
já não têm luz nem morrão
os olhos da minha vida.

Romeiro dos meus amores,
Deixa cantar a canção;
são tristezas e são flores
que saem do coração.

Adeus, perfumes e flores,
Azeite da minha candeia,
adeus flores dos meus amores,
adeus casinhas da aldeia.

Dos beijos que me deste
guardo o bafo no coração.
Quando fores ao Guadiana
ouve bem esta canção.

(REPETIDA:)
Saudades, tenho saudades,
saudades das feiticeiras.
Lembrança das amizades
da "Terra das Oliveiras".

Doce Jesus da minha alma,
doce Jesus da minha vida,
quando chegará a hora
da minha doce partida?

Oh, senhores, eu vi-a Coxa
lá no largo do Rossio,
com uma canastra à cabeça
vendendo o belo safio.
[Referência a alguma mulher que tinha o sobrenome de "Coxa".]

O safio estava podre,
estava podre e não se vendia,
e a pobrezinha da Coxa,
em vez de ganhar, perdia.

 

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