Prestes a começar a nona edição do encontro, o director Ignacio Sánchez Amor defendeu à agência Lusa que a iniciativa tem vindo a "converter-se na cimeira da sociedade civil" dos dois países ibéricos.

"Tal como existem as cimeiras políticas entre Espanha e Portugal, que se ocupam de outra agenda ou até da mesma, mas de outra perspectiva, a sociedade civil encontra aqui espaço para o debate sobre os dois países", disse.

Num modelo que roda entre as três principais cidades da Extremadura (Mérida, capital, Cáceres e Badajoz), a iniciativa põe o "palco" escolhido a cada ano a "falar" português durante sete dias.

Um conjunto de colóquios e cursos sobre vários temas, com a participação de políticos e de especialistas espanhóis e portugueses, e iniciativas culturais a artísticas centradas em Portugal fazem parte do "Ágora - O Debate Peninsular", promovido pela Junta da Extremadura.

"O encontro nunca foi um projecto da Extremadura, é antes uma ideia peninsular, para resolver um problema de assimetria informativa. Em Portugal, dá-se muita atenção a Espanha, mas é preciso que a opinião pública espanhola perceba também a posição portuguesa sobre muitos assuntos", explicou.

Aproveitando que a agenda entre os dois países ibéricos é, neste momento, "do tipo cooperativo" e não "do tipo conflituoso, como acontecia há alguns anos", sublinhou Ignacio Sánchez Amor, o encontro tem despertado "um interesse crescente, até das autoridades espanholas e portuguesas".

"É uma iniciativa que está a consolidar-se e que tem vindo a tornar-se uma embaixada de Portugal em Espanha e numa referência para a discussão sobre os dois países", afiançou.

No que respeita à Extremadura, região fronteiriça com Portugal, acrescentou o mesmo responsável, "sempre houve um grande interesse pela cultura portuguesa", pelo que o "Ágora" já está implantado no "roteiro cultural" dos habitantes.