O nosso português... no Estatuto? (II)
O Despertador, de Elvas, publica (em 27 de janeiro de 2010) a seguinte carta, interessante para os defensores do português oliventino:
O ESTATUTO DA EXTREMADURA ESPANHOLA FOI ATRASADO... POR CAUSA DE OLIVENÇA!
O novo estatuto autonómica da Extremadura espanhola deverá ver a sua aprovação atrasada, e ser obrigado a contemplar a existência do Português de Olivença e Táliga. Recorde-se que, em 2008, o Português de Olivença e Táliga foi considerado pelos departamentos especializados da União Europeia como sendo uma característica cultural pouco acarinhada, e muito menos "protegida"... e isto independentemente de considerações sobre a legalidade da soberania a que a região deverá obedecer. Agora, nas Cortes espanholas (Parlamento), o Grupo parlamentar do Bloco Nacionalista Galego impediu a aprovação do Estatuto da Região da Extremadura, exactamente porque considera que o português de Olivença é algo muito específico e já alvo de reparos europeus quanto à sua situação no terreno, e tal particularidade não se encontrar referida no Estatuto proposto.
O grupo parlamentar em questão quer também salvaguardar outros aspectos, como o do dialecto "galaicoportuguês" que se fala "en el Valle de Jálima" (Serra da Gata). Parece, pois, que apesar de alguma inexplicável quase indiferença em Portugal, que francamente não parece minimamente lógica, o português de Olivença vai somando algumas vitórias, pelo que o grupo oliventino que por ele mais se bate (a Associação "Além Guadiana") se pode orgulhar de, em pouco tempo, estar a alcançar sucessos notáveis. Espera-se que, da parte de autoridades portuguesas, nomeadamente dos meios intelectuais, surjam reacções de regozijo e apoio perante tais novos desenvolvimentos. Vamos [a] ver o que se seguirá!
Estremoz, 17 de Dezembro de 2009. Carlos Eduardo da Cruz Luna.