Além Guadiana na Casa do Alentejo: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Caros irmãos alentejanos, bom dia.
Hoje, Olivença é mais possante ao estar mais próximo do Alentejo e da Portugalidade. A terra das oliveiras, Olivença, nunca esqueceu o seu passado e aproveitando o presente quer construir o futuro. Esse futuro passa, além de outras acções, pela confraternização com o espaço lusófono e principalmente com os nossos irmãos alentejanos.
Ser Alentejano é ser especial, ser Oliventino é também ser Alentejano.
Olivença “cheira” a Extremadura, mas também “cheira” a Alentejo e respira ar do Guadiana que não deixa de ser alentejano.
O sangue oliventino é sangue que navega entre duas culturas como o Guadiana e que se abraça ao espírito que o rodeia.
A associação cultural Além Guadiana, quer agradecer a nossa presença à Casa do Alentejo e a todos os presentes por nos ouvirem. Hoje não viemos a Lisboa, viemos ao Alentejo, quer seja Alto quer seja Baixo Alentejo.
Há sete anos nasceu uma associação com uma só finalidade: recuperar, preservar e promover a língua de Camões e a cultura lusitana para poder pertencer de pleno direito ao espaço lusófono.
Quando falamos de espaço, para alguns terá umas conotações provavelmente diferentes às da nossa associação. Mas queremos manifestar alto e claro que respeitamos todas as posições e interpretações. Além Guadiana não nasceu para se opor a nada nem a ninguém, nem sequer para opinar sobre determinadas considerações.Somos apenas uma associação construtiva e o único espaço que nós temos vindo a reforçar são os espaços humanos e culturais.
Não esqueçamos nunca que são os Oliventinos os que irão decidir o seu futuro. Para poder construir não se deve ocultar informação ou desinformar. Além Guadiana não é o dono da verdade mas até agora tem sido a nossa verdade que tem conduzido Olivença a uma realidade. Essa realidade chama-se biculturalismo e esperemos que chegue ao bilinguismo real.
No processo de sensibilização tem sido a cultura a melhor vacina para cicatrizar as feridas do passado e a melhor medicina para não voltar a enfermar.
Somos uma terra de carácter e universal. Foram mães oliventinas que trouxeram ao mundo filhos que participaram nos primórdios da globalização, a expansão ultramarina. A terra das oliveiras marcou presença com a família Gama a oriente e Frei Henrique de Coimbra a ocidente.
O nosso património que é também vosso, património: monumental, histórico, linguístico, gastronómico, cultural e humano merece ser visitado. É de salientar o nosso rico património embora Olivença ofereça muito mais do que monumentos. O intangível, como diz o meu caro amigo e Presidente da associação Além Guadiana, Joaquim Fontes, em Olivença é mais importante o que não se vê do que propriamente se vê.
Só com a ajuda de todos é possível que Olivença continue a crescer.
Além Guadiana agradece ao estado português o carinho que nos dá ao tornar possível que os oliventinos, de livre vontade, possam reaver a sua identidade.
Caros irmãos portugueses, abraçamos-vos de lés-a-lés e especialmente aos irmãos alentejanos, em Olivença têm a vossa casa.
OLIVENÇA ESPERA-VOS.
E para concluir queremos exprimir que: nem todas as pessoas que vêm a Lisboa têm a mesma sorte que os oliventinos ao poderem repousar na sua sala de sua própria casa: a sala de Olivença na Casa do Alentejo. Agradecemos à Casa do Alentejo por manter a chama viva de Olivença.
Vamos trabalhar conjuntamente com a Câmara Municipal de Olivença para o ano que vem podermos marcar presença no aniversário da Casa do Alentejo.
Aproveitando que hoje, 10 de Junho, é dia das comunidades portuguesas e dia de Camões ponderamos que um poema do universal poeta exprime muito bem a Olivença de hoje.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Luís de Camões