Uma barca do Guadiana é a "peça do mês" do Museu Etnográfico "González Santana", de Olivença:![]()
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A barca, "construída em Cheles e usada por um morador de Vila Real" (como diz o museu), era do meu avô, pescador, filho, sobrinho e pai de pescadores. Do Guadiana (entre Cheles e Badajoz...). Nascera num lugar à beira do rio, na Barca do Guadiana. Conhecia o rio (quando era um rio) como os peixes desse rio. Pescou ainda com quase (ou sem o quase) 90 anos. E no inverno, fora e dentro do rio. O rio...
E o meu pai é talvez o último pescador tradicional desse troço do Guadiana; do lado oliventino.
Com eles conheci o trasmalho, a tarrafa, soube distinguir alguns dos peixes do rio... Conheci algumas ilhas (como a Ilha) do rio, já inexistentes, comi iguarias que [quase] não se encontram... Mas não fui pescador.
Hoje, o rio já não é rio nessa altura. Infelizmente. É pena.
Eu nunca mais fui ao rio, que já não é o rio. Nunca vi a barragem olhando desse lado vila-realense. Nem quero.
Obrigado, museu.
Obrigado, avô. Obrigado, pai.
Manuel Sánchez
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